11:27:29 Por Robson Silva Moreira Bacharelando R.i
Trump impõe ‘dízimo’ sobre produtos brasileiros: tarifa de 10% lembra tributo antigo
Medida protecionista reacende tensões comerciais e gera debate sobre soberania econômica
A política comercial agressiva do ex-presidente dos EUA Donald Trump voltou a chamar atenção após a proposta de uma tarifa de 10% sobre produtos importados do Brasil. A medida, que afetaria setores como aço, suco de laranja e carnes, foi comparada por analistas a um “dízimo comercial” – uma referência histórica aos tributos medievais em que 10% da produção era destinada a governantes ou instituições religiosas.
De volta à Idade Média? A analogia do “dízimo” de Trump
Na Idade Média, o dízimo era uma cobrança de 10% sobre a produção de camponeses, destinada à Igreja ou a senhores feudais. Agora, a tarifa proposta por Trump soa como uma releitura moderna dessa prática, só que em vez de grãos ou ouro, o “tributo” seria pago em produtos industrializados e commodities.
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Setores mais afetados: aço (3,6 bilhões em exportações para os EUA em 2023), café, suco de laranja e carne bovina.
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Motivação de Trump: Retaliação a supostas “práticas desleais” do Brasil ou apenas estratégia eleitoral para agradar sua base protecionista?
Impacto nas Relações Internacionais: O Brasil vai revidar?
Para estudantes de Relações Internacionais, o caso é um exemplo clássico de guerra comercial assimétrica. Os EUA, como maior economia do mundo, têm poder de impor condições, enquanto o Brasil precisa decidir entre:
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Negociação diplomática (buscar isenções ou acordos bilaterais).
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Retaliação simbólica (taxar produtos americanos, como trigo ou tecnologia).
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Recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio), onde processos podem levar anos.
Fellipe Pires, estudante de Relações Internacionais no terceiro ano, analisa o impacto na sociedade civil:
“Isso refletirá diretamente no bolso do consumidor. Menos opções e mais segurança ao comprar produtos importados, que ficarão pelo menos 20% mais caros. Por exemplo, os carros elétricos chineses – que já enfrentam tarifas altas nos EUA – podem ter um aumento de até 40% para o consumidor final, além dos custos logísticos em navios que cruzam o Canal do Panamá. Um carro elétrico que custava US20milpodesaltarparaUS 35 mil, tornando-o acessível apenas para uma classe social mais alta.”
Conclusão: Um tributo moderno ou apenas mais uma jogada de Trump?
A tarifa de 10% pode ser apenas uma manobra política de Trump para mostrar força antes das eleições. Mas, para o Brasil, é um alerta sobre dependência comercial e a necessidade de diversificar mercados.